sexta-feira, 18 de maio de 2012

Coversa no Parnaso

Com versando

Soaroir Maria de Campos – Dez 23/2006
 
(Conversa no Parnaso)
Dialogismo
I
Poesia é rainha, majestade que não faz acordos,
Tem olhos feitos pra ver ninguém.
Anda engraçado quando está feliz,
cabisbaixa se insurge-se miserágil*.
De sua boca pouco sai se perguntado.
Não a faz comum a figura que tem:
dois olhos, coração, ouvido e um nariz.
Não é banal nem moça à-toa,
mas é fácil de reconhecê-la:
mais alumiada antes do arrebol,
acena no canto tudo o que sente.
Sem bandeiras ou pátria se assenta.
Tratados, tempo ou antiga ciência
lhe importam quando ela se acrava.
Engolfa-se sem presunção e aporta,
suporta, encoraja e muito empreita.
Chega, agita seu lenço sem arte.
com luva esquerda na mão direita,
desterra ouro até em escória que dormita.
Pouco bem recebida, novas, ela porta
histórias até bem vividas.
Resume sonhos em trovas
sem padrão, verseja vidas.
A esta poesia sem feição,
que de muitos verseja as vidas
sucumbi a (sua) preleção...

II

- Como vou reconhece-la, Poesia?
Com dois olhos, testa uma boca e um nariz?
Não vejo qualquer distinção!
- Se consigo te agradar, então sou poesia.
- E as lições e tratados; e, de Dionísio, a filosofia?
- Não duvides do que eu digo:
nada aqui é fantasia!
- Se odeio, sem rima afadigo;
se amo, com métrica me execro.
É isso que é poetar?
- Só cai o que nasce para baixo.
Poesias germinam no ar.

-Mas e a musa de outrora, de antiga rama,
é este um outro valor que se alevanta?
Nesta verve meu sangue ainda é lusitano,
brada a fama das vitórias que rimaram,
aroma que esta alma, ainda minha,
verte no sabor daquelas vinhas...

- Cessem, do sábio Grego e dos Troianos,
ádvenas ou vultos grandes que fizeram;
foram-se Alexandres e Trajanos,
romançarias com vitórias que tiveram.
Outro mais alto valor me alimenta
nas fadigas que neste tempo vos verberam.
Hoje sou uma outra poesia que as sustenta

Soaroir Maria de Campos – Dez 23/2006


Sabiamente revisado por:
Paulo Camelo e Obed de Faria Jr

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Essa coisa de Mãe

Essa coisa de mãe...
Copyright:Soaroir de Campos

imagem/google

Desculpem se minha paciência não comungue com a da maioria para escrever sobre este tema. Mas vamos combinar... Mãe é um pé no saco. Tem outras experiências, conceitos, preconceitos, educação e expectativas que arremessam sobre nossas costas. Mas elas são essenciais, dependendo do animal. Eu, embora faça parte do reino dos mamíferos, sempre me conduzi como se de outra espécie. Jamais me entendi muito bem com a minha. Só após 20 anos de sua morte, depois de passar pela fase de remorso, culpa e enviar para o além meu pedido de perdão, cheguei ao entendimento, agradecimento e reconhecimento. Ela foi uma grande mulher. Ela, com parcos recursos e cultura, criou e educou sozinha suas duas filhas, hoje pessoas de bem. Tudo teria sido menos sofrido se eu não tivesse vivido sob a égide de um deus castigador.
Segui fielmente o 4º Mandamento, no entanto, como indivíduo de geração diferente eu tive minhas perguntas e sofri os efeitos da evolução, assim como sofrem hoje os meus filhos.
Mãe não tem superpoderes, tampouco a receita de todos os bolos. São seres humanos falíveis e como nós em busca de acertos.
Quantos animais dependem de mãe após o parimento? A maioria deixa para trás, como deixa seus excrementos, as suas crias, porque parir é um fato, consequência da natureza. Um ato fisiológico, independentemente das razões para estarmos neste mundo.
O Dia das Mães é um culto que vem de longe, dizem. “A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.”
O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.” (...).
Aprendemos a honrar pai e mãe, mas às vezes temos ou não afinidade com o próximo. O resto é massificação convencionada, arrazoada ou não
(...)No Brasil O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
Leia mais in:
http://www.portaldafamilia.org/artigos/texto026.shtml