terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Natal Visto de Cima




Jejum
Soaroir 25/12/12  12:04

 (rascunho - sem revisão)


Agora um fresco, mas forte vento assobia por entre algumas frestas.  O resto é silêncio. Do quinto andar vazio de vizinho observo lá embaixo uma cadelinha que tenta correr com suas patas traseiras mecanizadas. Também observo meu pé de fava rajada com duas vagens sobreviventes de boa florada; plantada em um pequeno vaso ela sobe céu à cima. Espero que as gavinhas suportem.

Refugiado durante toda a noite devido ao barulho, Tuko dorme tranquilo na cama do Tuca que foi passar o Natal com o pai.

Com tanto vento espero que a luz não acabe. Provavelmente hoje não roubarão fios, o ar está mais leve e sem cheiro de encapamento queimando. Temperatura agradável, diferente dos 33º de ontem.

Essa noite, de repente, o azul tomou conta do céu antes cor de chumbo e a Lua quase cheia ao lado de  Vênus, ou Júpiter?, me pareceram mais perto.  Muitos fogos de artifício. Na praça em frente, meio as comemorações vistas de longe chegam correndo dois rapazes para curtirem seus cachimbos.

Acendi sete velas decorativas, sobradas do despejo de Dezembro de 2010 e enquanto elas com dificuldade queimavam roguei pelos meus filhos e neto. Pedi que Deus não me permita sentir rancor.

Meia noite, sem quem abraçar, pesar ou autopiedade,  imaginei a solidão do  porteiro e desejei –lhe Feliz Natal pelo interfone. Surpreso ele me retribuiu.

 Acompanhei direto do Vaticano a Missa do Galo e refleti muito com a mensagem da omilíada, digo Homilía.

Primeiro Natal nesta morada; só, com o cachorro escondido debaixo da cama, encontrei tempo para Deus. Ou foi Ele quem arranjou este tempo para mim?

Enviei e-mails de Boas Festas para a família na Inglaterra. De um acabo de receber Delivery Status Notification (Failure)". Talvez meu filho ligue mais tarde.

Com jejum alcoólico sinto mais fome. Retirei do freezer a carne moída. Acho que farei um macarrão.

(rascunho – sem revisão)