quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Fala Sério

Ficar velho é um porre
por: Soaroir de Campos
Out. 28/10/10


imagem/google



mas hoje não tomarei cerveja, vodca, vinho. Uísque nem se fala. Não que eu tenha perdido a razão, ou o gosto pelo prazer de me embriagar, com parcimônia, e fazer de conta que sou isso e aquilo com meu salário mais que suficiente para viver condignamente no meu País tropical sem vulcões, terremotos e epidemias erradicadas.

Sabe aquele molho de pimenta, aquela pimenta contida na mortadela, na lingüiça portuguesa? Esquece. Os esfíncters já se rebelam contra ela; as bactérias, antes partes integrantes do meu próprio ser, se revoltam e me atacam sem aviso prévio. A mais recente, no meu caso, tem sido a E. coli


(descrição
sintomas
e reações
da e coli, etc.
fale com um Médico)

que  por mais que eu a ameace com os apontamentos/pesquisas dos meus filhos cientistas – um integrante do Laboratory of Molecular Biology-UK e o outro químico da USP –  ela não arreda pé. Disfarça por uns tempos, mas logo que esquecemos dela lá está de volta causando dor e sangramento ao urinar, por exemplo.

Fui objeto de pesquisa e depois de muitos e muitos resultados de  urina negativo, a  Dra. Kátia, do  [...] Medical Research – HC-FMUSP, conseguiu a resposta: E. coli. Após antibiogramas atropelamos essa praga residente, que a gente não se dá conta, mas é nossa hóspede, mas que de uma hora para outra resolve assumir o controle da hospedaria.

Esta “praga” precisa ser melhor esclarecida e combatida – nem que seja no “House M.D.”.


(texto para Anna " Depressão e Poesia")



sábado, 9 de outubro de 2010

Palavra de poeta

Para que serve a Poesia
Por Marcos Lizardo
http://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=62308&pag=1


Sempre discutível a ideia de utilidade, valor abstrato  que não resistimos dar a todas as coisas na razão proporcional de sua aplicabilidade prática. Daí surgirem os julgamentos do que serve ou não serve para alguma coisa, ou seja, o que é ou não aproveitável na prática.
Sempre me deparo com a pergunta "Para que serve a Filosofia?" e mesmo quem pergunta espera ouvir a resposta que mais aceita, que é a de que a Filosofia não serve para nada. O mesmo pode ser dito em relação à Arte. Não fazem, por exemplo, essa pergunta quanto à Matemática, dado o conhecimento que temos de sua grande aplicação prática na solução de muitos problemas práticos, embora a Matemática tenha muitos campos de estudo e reflexão que não tem, pelo menos por enquanto, nenhuma aplicação prática, talvez teórica apenas.
Encarar esse mesmo questionamento em relação à Poesia e à Literatura esbarram no mesmo tipo de problema. É confortável apreciar o estudo da Medicina ou do Direito, porque um médico ou um advogado se prepara para uma profissão de grande aplicação prática, da qual vai tirar o seu sustento. Já um filósofo, um poeta ou um escritor vai se restringir, segundo creem alguns, a dar aulas ou viver de seus livros, sem nenhuma utilidade mais.
É preciso uma reflexão um pouco mais séria e atenta a essa questão.
A Poesia não era a forma primária de se pensar o real e sim o mito, este, com Homero, contado através de versos, para possibilitar sua memorização e transmissão oral. O mito é um relato de um acontecimento ocorrido no tempo primordial, sempre uma representação coletiva , transmitida através de várias gerações e que relata uma explicação do mundo, antes de tudo uma palavra que circunscreve e fixa um acontecimento. Não se define pelo objeto de sua mensagem, mas pelo modo como a profere. Diferente é a atitude do pensamento racional. Os filósofos pré-socráticos tentaram desmitificar ou dessacralizar o mito em nome do logos, da razão. Desse olhar para as coisas como elas são ou não são ou por que são ou não são é que vemos nascer a Filosofia.
Seria preciso se estender mais para explicar tudo isso, mas deixemos por ora.