sábado, 28 de junho de 2014

Nascimento do Novo Homem



Soaroir 27/6/14
Texto Imagético
(experimental)

Obra: Criança Geopolítica Assistindo ao Nascimento do Novo Homem
Surreal Painting - Art Gallery
Autor: Salvador Dalí
1943 eu ainda não havia nascido, enquanto  o espanhol Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech,  nos seus 39 anos e vivendo as influências da Segunda Guerra Mundial, quando a razão humana perde o controle e a expectativa de futuro incerto assola a humanidade , Dali mergulha no irreal ou seja, no surrealismo, corrente artística da representação do irracional e do subconsciente.
Seguindo esse indício ele, acredito, esboça através de sua arte como nasceria o novo homem em sua visão.   Fascinante tema, especialmente no contexto histórico-social.
Há que não se ater à primeira impressão, mas mergulhar sem medo nas entrelinhas deste   "texto" surreal;  na harmonia das cores e posicionamento das figuras vomitadas das entranhas do pintor e “digitalizadas” na tela; um real “self-portrait” de sua alma naqueles dias. 
No foco central um homem , no continente sul-americano, desesperadamente tenta se livrar da clausura; uma criança despida, carente de proteção se enrosca a figura de uma mulher igualmente nua que aponta como se com o dedo de Deus para o continente europeu, como se chamasse a razão humana às questões divinas. 
Do continente africano desce uma lágrima; o sangue que escorre no processo de nascimento do novo homem para na paz  estática sob o mundo e representaria as trágicas consequências da guerra; o deserto, o encontro, o adeus, o obelisco (símbolo de poder) e a tenda pontiaguda (o masculino) sobre o mundo em forma de ovo remetem a ideia de criação e destruição.
Há um sem fim modos de olhar a obra. Eu, no entanto, entendo que toda a iconografia nos instiga a pensar e encontrar o melhor caminho para construirmos o novo homem e assim contrariar o presságio de Nostradamus:
“Ceux qui estoient em regne pour scavoir, au roial change deviendront apouvris, uns exilez sans apuy, or n’avoir, lettrez et lettres ne seront à grand pris.”
“Os que estavam no reino por saberem, pobres serão pelo cambio Real, exilados sem ouro nem apoio, os letrados bem pouco valerão.” (Centúrias e presságios acerca da Segunda Guerra, Michel de Nostredame).
(sem revisão)
Continua...
exercicio para : http://silviamota.ning.com/group/antologia-imagem-e-literatura/forum


Fonte de pesquisa: google/ poesiaemsi /SPrado

terça-feira, 17 de junho de 2014

A Pena, o Homem e a Fera

(perdido na Net)

A pena, o homem e a fera

(réquiem para Saddan e Bush)

Se a mão da vingança se mantiver firme, a justiça pode prevalecer sobre o mal?



Não foi por abjuração, mas não fui à Missa do Galo. A igreja estava fechada e nós fiéis tivemos que respeitar o édito de segurança.

O fermento imposto pela inquisição no Século XV inchou a igreja e seus poderosos chefes dominaram a maior parte do mundo. Hoje, estufados refugiam-se todos em suas torres para comemorar, só entre eles, o nascimento de Jesus. Não mais levantam a voz ou emitem decretos para defender os filhos de Deus. Ao contrário, fecham as portas e se calam diante da diáspora que, hoje, aflige muitos povos. Não inquirem mais nada. Consentem.

Mesmo assim eu rezei nesta mudança de época cristã. Não pedi a Deus “amor e paz” para a humanidade, já que aprendi que tais nobres valores são inerentes ao ser humano e, que nenhuma súplica poderá mudar uma alma adversa sem que ela em si, por sua índole, assim o queira.

Agradeci pelos meus e roguei por sua proteção ao meu Deus e à minha santa padroeira. Pedi para que prevaleçam em nossas vidas a saúde, a determinação, a sabedoria, a nobreza e, principalmente, a justiça divina que deve triunfar sobre o julgamento dos homens mais afeitos ao arbítrio.

Desejei que a penitência não suplante a razão, tampouco a ganância espezinhe os povos; que o direito e a dignidade de um homem não possam ser aviltados; que a falácia, o sofisma  não sejam utilizados nem mesmo contra quem unilateralmente vislumbremos como carrasco.

Roguei a Deus pela alma de um iraquiano, mesmo que  mais um tirano, quando vi seu corpo esganado ser, sem censura, exibido em toda a mídia, de língua exposta como um troféu.

Não julgo a acusação; questiono a pena. Interpelo o homem criador e patrocinador de tribunais mamulengos,  que perante o olhar do resto do mundo desterra seus próprios jovens; condena pais e avós a nada ter o que comemorar na virada de um novo ano, a não ser seu troféu. Este sr Bush que não aplica, alhures, a democracia que alardeia em seu  próprio palco, por certo o inferno lhe reserva no mesmo assento um lugar junto ao sr. Saddan, logo após sua cena lhe seja roubada num diverso ato.

Não foi por comiseração que pedi a Deus piedade pela alma de um enforcado, mas por convicção de espírito cristão. Por não concordar com a lei que dita que “quem com o ferro fere, com o ferro será ferido”; tampouco que o dente-por-dente, olho-por-olho possa melhorar nosso único planeta. Rezei para que a ordem estabelecida não seja assim mais desafiada; que o julgamento das violências não suplante a violência em si e que as justiças não se asfixiem.

®Soaroir Maria de Campos
1º de Janeiro de 2007

Gentilmente revisado por: Obed de Faria Jr.
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=12823

-comentários em: http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/334304