Auto da ajuda
©Soaroir 18/04/08
imagem: niilismo.net/galeria
“Mas será o Benedito!?” Quem já não ouviu, mesmo em filme, esta exclamação dita em momentos em que nada está dando certo? Pois é, foi isso que acabei de gritar lá na cozinha antes de me rir da situação pois tal expressão “é do tempo do bensoizinho”. Esta última eu não tenho a menor idéia do que ela significa, tampouco estou certa de sua grafia, mas no momento não estou disposta a pesquisas. Coisas do tempo em que se fervia leite e a gente ficava olhando para a leiteira e quando olhava para o lado, pluff, derramava e sujava tudo o que estava limpinho. Ai a mãe que um dia ouvira de sua mãe repetia com ela mesma: - “Mas será o benedito!”. E hoje, automaticamente dei o mesmo grito quando me deparei com um monte de coisas fora do lugar, aquelas do tipo que se vai empurrando com a barriga até quando a realidade nos convence que precisamos de ajuda.
Tenho verdadeira aversão por começar qualquer frase na primeira pessoa, isso é resquício do treinamento enquanto fui executiva e me comunicava com gente muito “importante” - e pensar que já me sentei com a ex-primeira dama D. Ruth Cardoso, o sr. Pai do Ayrton Senna e alguns big bosses…- Mas isso aqui não vem ao caso -. Terei que começar com o “eu” mesmo.
Eu preciso de ajuda. Não me incomodaria em ganhar na mega-sena, mas a ajuda mais necessária no momento é para descobrir onde e como eu preciso dela. Enquanto isso, eu vou delirando: preciso de uma boa cozinheira, um motorista responsável, um proficiente revisor para os meus textos, um contador justo, um eletricista capaz e um advogado honesto – padre e marido eu já desisti – . Por onde começar?
Talvez começar pela minha agenda que ainda está aberta no mês de Fevereiro; me desculpar com todos os aniversariantes amigos e parentes que deixei de parabenizar; remarcar a consulta com meu dentista; atualizar as datas de levar a Lieb no veterinário; marcar novo entendimento com os administradores da chácara; decidir a data para encerrar a MI. E nesse meio tempo preparar e pendurar na geladeira um cardápio racional para não ter que chegar de manhã na cozinha e ter que repetir: “será o benedito!” ao descobrir que todo o jantar de ontem vai para o lixo, por falta de adeptos do meu tempero.
É difícil admitir mas sempre precisamos de ajuda de alguém. No meu caso precisar não significa necessariamente receber, por isso vou deixar toda essa bagunça de lado e partir para ajudar alguém necessitado. Se é dando que se recebe…
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário