by Soaroir
23/4/13
Sabe aquela carne boiando em colorido engordurados condimentos? Pois é. É isso que hoje tenho vontade de almoçar. Coisa que não se faz em casa, mas hoje preciso dela com feijão preto, farinha e salada de folhas regada com bastante vinagre de segunda.
Possivelmente meu inconsciente queira me levar a prova de que sou uma pessoa de muita sorte em poder comparar, experimentar o que de melhor existe para os que só têm esta opção.
A comida subiu tanto que sai mais barato ir até o “restaurante” da esquina ao invés de gastar 200,00 por semana comprando alho, cebola, azeite, vinagre, carne cheirando a sangue pisado, arroz e feijão que estão pela hora da morte, diriam meus antepassados.
Verduras que espumam enquanto as higienizamos e cuja metade é atirada ao lixo;
frutas que apodrecem em dois dias: além do gás e da eletricidade, detergente, minhas mãos e o tempo que eu poderia aproveitar com menos revolta.
Sal não me causa muito problema. Uma “bruaca” demora mais de três meses para eu consumi-la, no entanto, pasmem, outro dia encontrei uma espécie de verme vivo dentro do recipiente onde mantenho o sal.
Pelo menos ( comendo outdoor) do almoço fora não vejo nada disso. Encho o bucho e mantenho a burra menos vazia. O problema é o cartão de crédito. Comer hoje para pagar amanhã não pode prestar!
Incongruente mesmo é o médico insistir que na minha idade devo evitar isso, aquilo; comer mais queijo e daquilo outro, tomar bastante leite, salmão e outros com Omega 3, frutas fresca, grãos, sementes, cereais... Ando pensando seriamente em pedir a empregada dele que faça a minha feira e coloque tudo em seu budget, pois aposentada que se preza o máximo que pode sonhar é com um bifinho de fraldinha em algum feriado ou músculo, ensopado com batata nos dias santos.
Temperos como alecrim, manjericão, salsinha e cebolinha já cultivo no apartamento, inclusive até tomate, cuja crise recente não me afetou.
Sem uma calculadora não sei quanto é dois mais dois, e como no momento a minha está sem bateria, deixo para você armar as somas, mas essa tal de inflação controlada não me soa bem. Quando relaciono a despesa do mês e somo as percentagens com as diferenças entre um mês e outro a coisa explode. Veja como eu raciocino:
Item I 5,00 para 5,99 = %
Item II 14.89 para 15,99 =
Item III 8,00 para 9,39
Item IV 1,99 para 2,09
29,88 33,46 = dif 3,58
Somente em quatro itens já se soma X % de aumento, agora somemos tudo que gastamos numa casa. Da comida ao papel higiênico até a água que desce pela privada. Não me enganem porque eu não gosto – nosso índice de inflação, aquele que regurgitam por aí, não é só aquilo. Não pode ser!
Mas, como não sou ministra de nada, exceto da minha conta corrente de aposentada do INSS que cada vez mais me ofusca com o seu vermelho luminoso, acho que o negócio é o PF - prato feito. Melhor ainda, comer por quilo. Certamente economizaremos no papel higiênico bem como na água.
Por favor, nem pensem em me mandar de volta para a escola, mas na minha conta-corrente menos com menos tem como resultado menos ainda.
Sem revisão
Soaroir de Campos
Abril 23/2013
“Prévia da inflação acelera e também estoura meta em abril”.
O IPCA-15 registrou 6,51% em 12 meses até abril, acima dos 6,43% marcado em março. No ano, índice já acumula alta de 2,58% (...)” Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/econ ... bem-estoura-meta-em-abril
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