segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O dia do vizinho















imagem:petuniversity


O Dia do Vizinho
Por: Soaroir Maria de Campos
02/08/07

A fim de amenizar meus dislates (gostei desta palavra) tento, na maioria das vezes, justificar a minha conta de luz pesquisando na internet sobre os temas antes de escrever sobre eles.
Este foi o caso quando hoje decidi colaborar com o RL fazendo uma crônica sobre Vizinhos. “Será que já instituíram o Dia dos Vizinhos” pensei. E zás-trás: lá estava já na 11ª edição e na primeira linha do Google http://www.radiorural.com.br/vizinho2007/.
Entrei e, adivinhem só, “19 de agosto! Entrem nesta festa!”. Mas meu entusiasmo logo murchou porque a participação era só até o último dia 30.
Não vou desistir, afinal, história de vizinho nunca vai faltar. Sem muito esforço me vem a lembrança do “seu” Anésio. Aquele sim era pau pra toda obra. Conhecia a vida de todos os condôminos, havia visto crescer um monte de moleques que já são doutores. De cano furado até hamsters descendo pelo paredão do 10 andar abaixo, o homem cuidava prontamente, diferentemente do que hoje anda por aqui, a quem outro dia pedi que me ajudasse a mover um piano com rodinhas, mas antes que pudesse terminar a frase me informou que a sua “espinha” não lhe permitia pegar peso. Paciência... Mas aquela droga de caixinha sorridente lá na portaria por ocasião do Natal não vai levar nenhum agrado meu, prometo.Voltemos ao assunto.
Do lado esquerdo do meu apartamento morava uma sorridente “loiraça” do tipo que todo adolescente sonha ter como vizinha. Era festa sexta sim e outra também com copos tilintando na varanda, local onde durante o dia servia para seu banho de sol.
Nunca me incomodei com nada daquilo mesmo porque, além de sábado não ser dia de se acordar cedo, eu também sou adepta de uma patuscada às sextas-feiras. Nunca houve nenhum intercâmbio entre nossas festas mas aquela animação, de alguma forma, já fazia parte de nossas vidas por mais de dez anos.
Em um fim de semana qualquer, livre dos aparatos de executiva, dançava eu ao som de Mirian Makeba quando atinei que fazia tempo não se ouvia mais sons vindo do apartamento ao lado. Coincidentemente naquela mesma semana deparei , no elevador, com a mãe da loira, que morava em outro estado, que, aparentemente, providenciava uma mudança. Aproveitando a oportunidade perguntei: “Não tenho visto a Nelza, ela se mudou?” Sem levantar a cabeça, “não”, me respondeu a mulher. A viagem até o térreo parecia mais longa do que a de um vôo espacial. Deu até tempo para eu me sentir ofendida com aquela resposta seca encerrando qualquer possibilidade de estreitamento entre vizinhos.
Sem sequer sussurrar aquele plástico “ciao” deixamos o elevador . Ao cruzar com o Sr. Anézio repeti a pergunta: “Por onde anda a minha vizinha que não tenho mais visto?” - “Ih dona Soaroir, não deve existir nem mais os ossos dela”. - "Como assim?! – “Pois é, morreu faz um tempão”. Tomada por um sentimento estranho segui meu caminho.Mais tarde, com meus botões e uma sensação horrível, pensava como aquela moça aparentemente tão saudável havia morrido e o pior, eu não percebi. Será que precisou de ajuda, já que morava sozinha... Passado o susto e com a mórbida curiosidade característica dos humanos, alguns dias mais tarde procurei pelo zelador para entender o que realmente havia acontecido com a minha vizinha, mas a filha dele me disse que ele havia morrido.
Cruzes! Como fica a Convenção?... Como pode a morte invadir um condomínio, levar sem prévio aviso as pessoas boas e sequer deixar um comunicado no quadro de avisos!?
Por precaução parei com aquela pesquisa e nunca soube como morreu a minha vistosa vizinha, mas pelo menos agora com uma data instituída, a cada 19 de agosto seremos notificados sobre quem tem problema de espinha, quem partiu e quem ainda anda por aqui fazendo perguntas.

(Para Crônicas do RL)
(Sem revisão – será feita oportunamente por mim ou por algum bom vizinho do RL)

Tradução by Google:

The Neighbor´s Day
By: Soaroir Mary Fields
02/08/07

In order to assuage my faux pas (like this word) try, in most cases, justify my light bill searching the internet on the issues before writing about them.
This was the case when today decided to collaborate with the RL making a chronicle of Neighbors. "Have they established the Neighbours' Day" thought. And wham-back: there was already the 11th edition and the first line of Google http://www.radiorural.com.br/vizinho2007/.
I went in and, guess what, "August 19! Into this party. " But my enthusiasm soon faded because participation was only until the last day 30.
I will not give up, after all, neighbor history will never miss. Without much effort comes me the memory of "their" Anésio. That was rather stick to every work. I knew the life of all joint owners, had seen grow a lot of boys who are already doctors. Pipe bored to hamsters down the wall of the 10th floor below, the man took care promptly, unlike what today goes by, to whom the other day I asked to help me move a piano with training wheels, but before he could finish the sentence informed me that his "spine" would not let him catch weight. Patience ... But the smiling box of drugs there in the lobby at Christmas will not take any my liking, prometo.Voltemos the subject.
On the left side of my apartment lived a smiling "loiraça" the kind that every teenager dreams of having as a neighbor. It was the sixth party yes and another also with glasses clinking on the balcony, where during the day served to your sun.
Never bother with any of this if only because, in addition to Saturday day not to wake up early, I am also a supporter of binge on Fridays. There has never been any exchange between our parties but that animation, somehow, it was already part of our lives for over ten years.
In a weekend any, free from executive apparatuses, danced to the sound of I Mirian Makeba when atinei that time was not heard more sounds coming from the apartment next door. Coincidentally that same week I came across, in the elevator with her mother's blonde, who lived in another state, which apparently providenciava a change. Taking the opportunity I asked: "I have not seen the Nelza, she moved?" Without lifting his head, "no," replied the woman. The trip to the ground seemed longer than that of a space flight. He gave up time to make me feel offended that dry response ending any possibility of narrowing between neighbors.
Without even whisper that plastic "ciao" left the elevator. When crossing with Mr. Anézio repeated the question: "Where goes my neighbor that I have not seen?" - "Ih owner Soaroir, there should be no more her bones." - "What do you mean ?! -" Yeah, died a long time "Taken by a strange feeling followed my caminho.Mais afternoon to myself and a horrible feeling, thought like that seemingly healthy young woman had died and the worst. I did not notice. Did needed help, since he lived alone ... After the scare and the morbid curiosity characteristic of humans, a few days later I sought by the caretaker to understand what really happened to my neighbor, but his daughter told me that he had died.
Cruzes! How is the Convention? ... How can the death invade a condo, take no notice the good people and even make a statement on the bulletin board !?
As a precaution stopped with that research and never knew how he died my flashy neighbor, but at least now an established date, every August 19 will be notified about who has spine problems, who left and who's still out here asking questions.

(For Chronicles RL)
(No review - will shortly be made by me or any good neighbor RL)
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